Continuavas com as atitudes que agora tens para comigo?
Provavelmente se não tivesse dado metade das garantias que
dei, não agias como se toda a amizade estivesse nas tuas mãos, não é? Não agias
como se pudesses fazer tudo o que te dá na cabeça. É o mal de darmos mais do
que devíamos dar, temos que aprender a parar, o problema é: quando parar?
Quando sabemos que já demos mais do que devíamos dar? Quando já nem metade do
que nos davam, dão (uma das principais razões). Quando não se esforçam pela tua
amizade, porque estão à espera (e sabem) que vais fazer por isso. Quando já nem
querem saber da tua amizade (ou pelo menos demonstram isso), porque têm a
certeza que não a vão perder. Mas, e se agora te mostrasse que me podias
perder? Se agora já não te desse nem ¼ do que dava? Tu lutavas para o fazer
diferente? E se em vez de invertermos tudo, trocássemos de papeis? Se
estivesses tu no meu lugar e eu no teu? O quê que sentias? O quê que fazias?
Assim já vês tudo de uma maneira, pelo menos, um pouco diferente, não?(…)
É tão bom dar… mas, quem não gosta também de receber? Acho que nunca é de mais receber, nem que seja de vez em quando. E as amizades, encontram sempre um ponto de igualdade entre dar e receber. Por muito difícil que possa ser, encontram sempre. E se não encontrarem… prefiro nem dizer porque não é o caso, nem pode ser. E eu sei, eu sei que nunca foi uma mentira, ou talvez (mas um talvez bastante reduzido) como me disseram “não é, ou és tu que queres que não seja?” e eu persistente que sou, jurei por tudo que não, mas é óbvio que ficou (tal como fica sempre, em qualquer caso) ‘a pulga atrás da orelha’ mas não; rapidamente tirei isso da cabeça. Abanei a cabeça e disse: não, eu tenho a certeza que não. Simplesmente, ambos, a deixamos chegar a este ponto, mas nunca te esqueças: ainda não é tarde de mais.